Registados cerca de nove mil casos de cólera no país

Sociedade

Pelo menos sete províncias do país têm cólera e, neste momento, há cerca de nove mil casos já registados pelas autoridades sanitárias. A maior preocupação do sector da saúde é a desinformação em relação à doença.

A cólera continua a preocupar a sociedade e as autoridades sanitárias, sendo que o número de casos disparou nos últimos dias. Aliás, a campanha de vacinação contra a doença decorre em quatro províncias que o Ministério da Saúde entendia serem as mais preocupantes.

“Neste momento, temos cerca de nove mil casos de cólera em todo o país, incluindo a província de Nampula. O sistema de vacinação que se estabelece em Moçambique e a nível global é resultante da falta de vacinas em quantidades suficientes para fazer a vacinação de prevenção. Portanto, o que se faz é uma prevenção de emergência nos locais onde há surto. Nós já vacinámos em Nampula e, desde essa altura, pedimos vacinas para os distritos que tinham cólera, e é onde está a ser feita a vacinação. Para Nampula, nós já as pedimos à entidade competente, para os distritos que actualmente têm cólera.”

Armindo Tiago diz que a desinformação em relação à cólera tem sido um dos maiores obstáculos na prevenção, controlo e combate à doença, numa altura em que esta afecta sete províncias.

“Que nós todos façamos uma comunicação adequada sobre cólera e, neste momento, o maior problema que nós temos é a desinformação. Nós temos províncias com surto de cólera e, em todas essas províncias, estamos a fazer o tratamento. Nós temos cólera em Niassa, em Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Sofala e Manica. Manica é uma província que declarou cólera, mas, neste momento, há mais de duas semanas não tem casos novos. Mas o critério para nós declararmos o fim de cólera é que a província tem de ter pelo menos trinta dias sem casos novos.”

Ainda no capítulo da desinformação, o sector da saúde distancia-se das informações propaladas, que dão indicação da existência de uma nova variante da COVID-19 no país.

“Nas redes sociais, existem dois tipos de mensagens, uma mensagem que fala de uma variante XX. Esta informação é de 2022, só estão a recircular numa perspectiva de desinformação. Eu só vou falar de informações correctas e não falo de desinformação. A segunda informação que está a circular é o aumento de gripe no país. Em relação a síndromes gripais, queremos dizer que toda a informação correcta consta do nosso comunicado que nós publicamos ontem e, em relação à matéria, devemos dizer como está no comunicado que entre Janeiro e Março este país observa de forma cíclica um aumento do número de casos de gripe. Apesar de nós termos um aumento da taxa de positividade de 12 para 20% na última semana de Dezembro. O que diz o comunicado é que nós ainda não começámos a observar aumento de casos de gripe nas unidades sanitárias. Entretanto, como o pico ainda está por vir, este aumento vai acontecer”, explicou Armindo Tiago.

O ministro da Saúde falava na manhã desta quinta-feira na Cidade de Maputo depois de entregar material ortopédico e de traumatologia ao Hospital Central de Maputo e a outras unidades sanitárias de referência no país.