África do Sul termina hoje ultimato dado ao Governo pelos manifestantes

Politica Internacional

O Governo sul-africano tem até hoje o prazo para resolver o problema da província de North West, de modo a evitar a continuação dos protestos que decorrem, há mais de uma semana, que levaram o Presidente Cyril Ramaphosa a interromper uma visita a Londres.

Desde Janeiro que o Conselho Revolucionário de North West tem em marcha uma campanha para a demissão do primeiro-ministro local, Supra Mahumapelo, acusado de “desleixo” e “corrupção”, no modo como governa a província, segundo escreve o jornal de Angola.

Porém, durante os últimos tempos, o nome do Presidente da República também está na boca dos manifestantes, que o acusam de nada fazer para resolver o problema, apesar das promessas que fez quando há uma semana regressou de Londres, onde estava a participar na cimeira da Commonwealth.
Os manifestantes, que ocuparam já as ruas de Taung, capital de North West, lamentam, entretanto, a morte na segunda-feira de um jovem de 16 anos, que dizem ter sido vítima da “brutalidade” da polícia, quando participava numa das muitas manifestações que se realizaram a exigir melhores serviços de saúde e de educação na região.

Presidente pede “tempo”

Fontes do Governo sul-africano garantiram, semana passada, que o Presidente Cyril Ramaphosa já está a tentar resolver o problema, tendo pedido “tempo” para que possa encontrar uma solução, uma vez que entende que nem tudo se resolverá com a eventual demissão de Supra Mahumapelo.

Cyril Ramaphosa foi elogiado pelos manifestantes por ter aceite encontrar-se com alguns dos seus representantes, a quem pediu “tempo” para que se possa encontrar com todos os intervenientes e propor ao Governo uma solução “prática e definitiva”.

A solução para o problema de North West pode passar por uma reunião da Comissão Nacional Executiva do ANC, que deverá ser marcada em breve pelo seu secretário-geral, Ace Magashule.

Nessa reunião, terá que ser encontrada uma solução para Supra Mahumapelo, de modo a que ele possa ser substituído no cargo de primeiro-ministro de North West sem transmitir a ideia de que está a ser punido, até para evitar que outras províncias entrem também em rota de colisão com a direcção do partido.

Supra Mahumapelo goza de grande prestígio na cúpula do ANC e é um indefectível apoiante de Jacob Zuma, podendo estar aí a razão para os cuidados que o partido no poder na África do Sul está a ter, no modo como gere a situação em North West.

Porém, a verdade é que são múltiplas as acusações contra Supra Mahumapelo, destacando-se a recente atribuição de uma bolsa universitária de 70 mil euros ao seu filho, a paralisação do sistema de saúde e a compra de gado no valor de um milhão de randes, para Jacob Zuma.

A oposição está atenta a esta situação, tendo  semana passada a Aliança Democrática referido que “a nossa jovem democracia foi tomada refém por um grupo de egoístas, determinado a acumular cada vez mais riqueza, enquanto a maioria da população é desempregada”.

 

Fonte: jornalnoticias.