SEGURANÇA ALIMENTAR

Cultura

Moçambique encontra-se entre os países da lusofonia com maior número de prevalência de desnutrição. aponta um novo relatório das Nações Unidas que revela ainda que 257 milhões de pessoas passam fome no continente Africano.

Segundo o estudo Visão Regional da África sobre Segurança Alimentar e Nutrição, lançado esta quarta-feira, existem mais 34,5 milhões de pessoas subnutridas no continente em comparação com 2015. Desse número, 94% vive na região subsaariana.

O documento destaca que a fome continua a aumentar no continente após vários anos de declínio, ameaçando os esforços de erradicação.

Entre os lusófonos, a maior prevalência da desnutrição foi observada em Moçambique com 30% em 2017. A Guiné-Bissau tem 26%, Angola 12,9%, Cabo Verde 12,3% e São Tomé e Príncipe 10,2%

Contrariando Moçambique, segundo a pesquisa, Angola está entre os países do continente que “fizeram progressos substanciais” na redução da prevalência da subnutrição, em 10 ou mais pontos percentuais, desde 2004. Esse avanço foi impulsionado pela média de 4,1% de crescimento económico ocorrido no país entre 2005 e 2016.

Moçambique é considerada uma das nações mais afectadas pelos choques climáticos, que em 2016 criaram deficits excepcionais de produção e a falta generalizada de acesso a alimentos. Essa situação levou o país a precisar de assistência urgente no início do ano seguinte. Cerca de 67% dos rendimentos no país foram aplicados na compra de alimentos.

A publicação foi apresentada na capital etíope, Adis Abeba, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e pela Comissão Económica da ONU para África, ECA.

Em países afectados por conflitos, a insegurança alimentar piorou muitas vezes devido à ocorrência de secas ou inundações. Um dos exemplos é o da África Meridional e Oriental, onde vários países sofreram com o período de seca. 

O documento destaca que quase metade do aumento de pessoas que passam fome registrado nos últimos quatro anos deveu-se ao crescimento do número de pessoas subnutridas na África Ocidental e Oriental.