Chefes da diplomacia preparam primeira cimeira entre Trump e Putin

Politica Internacional

Os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia mantiveram ontem uma conversa telefónica para preparar a primeira cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin, prevista para este mês, e para abordar outros temas internacionais, divulgou Washington.

“O secretário de Estado, Mike Pompeo, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, falaram hoje. Os dois abordaram a próxima reunião entre o Presidente Trump e o Presidente Putin, bem como assuntos relacionados com a Síria e com a República Popular Democrática da Coreia [Coreia do Norte]”, indicou a porta-voz do

Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, citada num comunicado.

A reunião entre os dois chefes de Estado está prevista para o próximo dia 16 de Julho e irá decorrer em Helsínquia (Finlândia). Não será o primeiro encontro entre os dois governantes, mas será o primeiro que terá o carácter de uma cimeira bilateral.

Os dois líderes conheceram-se na reunião do G20 (que reúne as 20 maiores economias mundiais) em Julho de 2017 na Alemanha e voltaram-se a cruzar, de maneira informal, em Novembro passado na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que decorreu na cidade vietnamita de Danang.

Há vários meses que a perspectiva de os dois países terem uma reunião bilateral mais extensa e mais focada está a ser estudada, uma vez que as relações entre Washington e Moscovo atravessam uma fase conturbada.

Trump herdou do seu antecessor, o democrata Barack Obama, uma relação fragilizada com a Rússia liderada por Putin, especialmente por causa do conflito no leste da Ucrânia e do processo de anexação da península ucraniana da Crimeia.

Tais cenários desencadearam sanções económicas e diplomáticas dos Estados Unidos contra Moscovo.

A estas situações somou-se o conflito na Síria, uma vez que a Rússia continua a apoiar o regime do Presidente sírio Bashar al-Assad. Já Washington apoia uma parte da oposição política síria e alguns grupos armados opositores do executivo de Damasco.

Durante a campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas de 2016, Trump anunciou que pretendia melhorar os laços com Moscovo e chegou a tecer elogios ao líder russo.

Estas eleições também ficaram marcadas pela alegada interferência russa no processo eleitoral norte-americano, bem como por um eventual conluio da equipa de campanha de Trump com a Rússia.

A Rússia nega categoricamente qualquer ingerência nas eleições presidenciais de 2016, e Trump rejeita que tenha existido qualquer conluio com Moscovo. Hoje, legisladores russos e norte-americanos acordaram em Moscovo retomar contactos, interrompidos após a anexação russa da Crimeia em Março de 2014.

Fonte: folhademaputo.co.mz.