SADC volta a indicar Chissano para mediar crise malgaxe

Politica Internacional

O ANTIGO Presidente moçambicano Joaquim Chissano foi, na terça-feira, designado, em Luanda, como enviado especial da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para acompanhar, com urgência, a actual situação de instabilidade pré-eleitoral em Madagáscar.

A informação consta do comunicado final da cimeira extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da “Dupla Troika” da SADC, realizada, em Luanda, para analisar a situação política no Lesotho, na República Democrática do Congo (RDCongo) e Madagáscar.

“A cimeira notou a evolução dos acontecimentos na República de Madagáscar, condenou a perda de vidas e a destruição de bens e exortou o Governo, os partidos políticos e todos os cidadãos em geral em Madagáscar a pautar pela calma, agir com contenção e tomar medidas para evitar a escalada das tensões políticas e ameaças à segurança”, lê-se no comunicado final.

Perante esses factos, foi aprovado o “destacamento urgente” do Enviado Especial da SADC, Joaquim Chissano, à República de Madagáscar “para, com a assistência do Presidente do Comité Ministerial do Órgão (de Defesa e Segurança) e do Secretariado (da SADC), facilitar a realização do diálogo nacional com vista a desanuviar as tensões políticas e viabilizar o alcance de consenso sobre o processo eleitoral”.

A situação continua tensa em Madagáscar depois da repressão sangrenta a uma manifestação no sábado, 21 de Abril, em Antananarivo, a capital. Os malgaxes contestam a nova legislação eleitoral, que deve conduzir as legislativas e presidenciais previstas para este ano no país insular.

Chissano volta assim a Madagáscar para mediar uma crise, depois de ter desempenhado idêntico papel entre 2009 e 2016

A cimeira de Luanda conferiu ainda mandato ao presidente do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança, ocupado por Angola, “para manter contactos com a União Africana e as Nações Unidas”, com “a finalidade de desenvolver uma abordagem comum de apoio a República de Madagáscar”, conclui o comunicado final. – LUSA