Nyusi aponta caminhos para o controlo da malária

Sociedade

O PRESIDENTE da República recomenda que as intervenções para o controlo da malária sejam em três vertentes, nomeadamente a melhoria da gestão ambiental, mudança social e de comportamento, e promoção do desenvolvimento socioeconómico.

Falando ontem em Maputo, na abertura do 1.º Fórum Nacional da Malária, Filipe Nyusi disse que estes tópicos devem guiar as instituições, de modo a ajudarem as pessoas a mudar de comportamento e melhorar o meio ambiente, eliminando o criadouro do mosquito. Segundo Nyusi, é preciso investir-se na comunicação e partilha de mensagens-chave de combate à epidemia.

O Chefe do Estado lamentou o facto de que há muitos anos que o país trava esta luta contra a malária, uma doença que, entretanto, pode ser prevenida e tem cura.

“Vários factores estão ligados a este facto, entre os quais as mudanças climáticas, pobreza e a postura individual ou colectiva perante o problema de saúde”, disse.

Apontou seis razões relacionadas com o comportamento humano que contribuem para que a malária prevaleça na sociedade e mate mais pessoas, como a existência de locais de reprodução do mosquito nos quintais e bairros; convivência com o mosquito no interior da residência, o que, segundo afirmou, faz acreditar que algumas pessoas pensam que ter malária é um mal menor.

Apontou igualmente a atitude de se pensar mais na cura do que na prevenção; a busca de tratamento caseiro quando se tem sintomas de malária, contribuindo para a resistência aos medicamentos; resistência à pulverização intradomiciliária; e o uso incorrecto da rede mosquiteira.

“Estes aspectos negativos mostram que parte do problema somos nós. Se mudarmos a nossa postura, iremos contribuir significativamente no combate à malária”, reforçou.

Segundo o Presidente da República, tal como diz o fórum, todos são chamados a aderir a orientações correctas de combate à malária, não permitindo que na província, distrito, posto administrativo, localidade, povoação, bairro ou quarteirão existam casas que não estejam pulverizadas.

Na ocasião, o Presidente da República procedeu ao lançamento da campanha “Zero malária começa comigo”. A iniciativa, de carácter regional, visa convidar todos os membros da comunidade, em particular os que têm cargos de liderança, a assumirem maior responsabilidade no combate à malária.

O 1.º Fórum Nacional da Malária, no qual participaram representantes do Governo, organizações da sociedade civil, parceiros internacionais, instituições ligadas ao combate à malária, decorreu numa altura em que Moçambique está entre os 10 países com altas taxas de prevalência da malária. A doença representa cerca de 90 por cento de consultas externas, 56 por cento de internamento e 29 por cento de mortes nas unidades sanitárias do país.

Fonte: jornalnoticias.co.mz.