Zona Económica Especial equacionada para o norte

Economia Nacional

O VOLUME dos investimentos para o agro-processamento, turismo e a dinâmica da indústria extractiva, na região norte da província de Inhambane, faz com que as autoridades administrativas equacionem a possibilidade de a região se transformar rapidamente numa zona económica especial.

Esta possibilidade foi confirmada semana passada pelo governador de Inhambane, Daniel Chapo, no final de uma visita que realizou a alguns projectos agro-pecuários, no distrito de Govuro, tendo concluído haver condições para que, num futuro breve, a zona norte da província se transforme num pólo de desenvolvimento económico que dinamize o progresso de Inhambane.

Daniel Chapo justificou esta vontade indicando que a concretização da construção da estrada Mapinhane/Pafúri, no quadro da dinamização do corredor de Limpopo, seja um grande catalisador, porque, segundo sublinhou, há muitas promessas de investimento para o aproveitamento de recursos naturais existentes naquela região.

“O que temos de fazer acima de tudo é o trabalho. Não podemos dormir à sombra da bananeira, esperando que os recursos, por si só, se transformem em riqueza. Estamos engajados na concretização das promessas feitas no ano passado na conferência de investimentos. E nisto acreditamos que a construção da estrada Mapinhane/Pafúri é irreversível, avaliando pelo actual estágio da sua preparação”, disse Chapo.

O governador explicou que a concentração de investimentos na região norte da província não significa que as outras regiões, nomeadamente centro e sul, não tenham recursos para o efeito.

Referiu, a este propósito, que o Governo está a trabalhar na divulgação das oportunidades de negócio nessas regiões, a partir das condições agro-ecológicas para a prática da agricultura, o turismo que se estende pela costa da província, as areias pesadas, nos distritos de Jangamo e Inharrime, os jazigos de calcário em Panda, entre outros recursos.

Em Govuro, por exemplo, Daniel Chapo ficou impressionado pelo estágio da implementação de alguns projectos, tal é o caso da companhia agrícola Jab Moz, que está a investir mais de 40 milhões de rands para a produção de ananás, manga, castanha de caju e macadâmia.

A referida companhia está a trabalhar neste momento em 300 hectares, dos três mil necessários para a implementação do projecto. Esta empresa, que vai colocar ao mercado no próximo mês de Abril 2.280 toneladas de ananás no mercado, conta com 89 trabalhadores dos quais 83 são nacionais e seis estrangeiros.

Para o dirigente de Inhambane, o sucesso desta actividade está a introduzir melhorias no quadro agrário em Govuro, o que resulta de parte dos ganhos da conferência de investimentos realizada no ano passado.

Ainda na zona norte, está num bom caminho a implementação dos projectos da Fazenda Sol, que se dedica à criação de cabritos, a Moz Mara que cria gado bovino em Muabsa, distrito de Vilankulo, incluindo a necessidade da construção de uma unidade de processamento de carne. No mesmo espírito está a Agri Maçaroca que se dedica à produção de milho em Pambara, distrito de Vilankulo, entre outros empreendimentos do ramo agro-pecuário e turístico.

Estes projectos no norte de Inhambane juntam-se ao desenvolvimento da indústria extractiva, através da expansão da exploração de gás natural, em Govuro e Inhassoro, as descobertas dos jazigos de petróleo, ao sistema de irrigação de regadio de Chimunda, cujo objectivo é mitigar os efeitos de seca no distrito e na região.

Contam ainda na zona norte os grandes investimentos de turismo, em Bazaruto, Santa Carolina, e nas ilhas de Vilankulo, que fazem daquela zona a capital turística de Inhambane, o aeródromo internacional de Vilankulo, a preparação da instalação de uma unidade de processamento de madeira e cimento, entre outros, que concorrem para o nascimento para breve de uma zona económica especial.