ECONOMIA EM 2018: Banco Central mantém optimismo

Economia Nacional

O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, reafirmou que a economia continua a apresentar sinais positivos de recuperação, confirmando o optimismo que se vem desenhando desde o primeiro trimestre de 2017.

Falando ontem após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), Rogério Zandamela anunciou que este órgão decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 150 pontos base, para 18 por cento. Reduziu, igualmente, as taxas de Facilidade Permanente de Cedência (FPC) e da Facilidade Permanente de Depósitos (FDP) em 150 pontos base, para 19 por cento e 12.5 por cento, respectivamente.

Rogério Zandamela apontou que a contínua melhoria do indicador de inflação e das projecções para o médio prazo justifica o prosseguimento da redução das taxas de juro. Aliás, dados recentes da inflação anual mostram a continuação da trajectória de abrandamento, em linha com as estimativas feitas na reunião anterior.

Com efeito, a inflação anual do país desacelerou pelo nono mês consecutivo, para 3,84 por cento em Janeiro, após 20,56 por cento em igual período de 2017, perspectivando-se que a mesma se mantenha em um dígito no final de 2018.

Segundo o governador do Banco Central, o controlo da inflação é um factor positivo da economia, sobretudo porque se traduz no maior poder de compra para os moçambicanos, ao mesmo tempo que aumenta a confiança para os investidores, tendo em conta a previsibilidade dos preços no mercado.

O Comité de Política Monetária tomou nota da recente pressão que se regista no mercado cambial, entendendo tratar-se de efeitos conjugados da volatilidade das principais divisas no mercado internacional e do ajustamento ao paradigma de maior abertura dos fluxos de capitais contemplados no novo regulamento da Lei Cambial.

O Banco de Moçambique considera, entretanto, que os riscos, incluindo fiscais, se mantêm elevados, cenário agravado pelas enxurradas que têm assolado grande parte do país neste início do ano, o que impõe a devida calibragem das políticas orientadas à estabilidade macro-económica.

É que, segundo explicações do governador do Banco de Moçambique, as chuvas que se fazem sentir criam danos, principalmente, ao sector produtivo, exigindo elevados investimentos para a sua recuperação.

Quanto às reservas internacionais líquidas, o Banco fez saber que estas sofreram um desgaste acumulado de 96,3 milhões de dólares, até meados de Fevereiro de 2018. Mesmo assim, garante que o saldo das reservas internacionais brutas situou-se em 3.1888 milhões de dólares, o suficiente para cobrir 7.2 meses de importações, excluindo as transações dos grandes projectos.

“Apesar deste desgaste a que me referi, não existem motivos para alarme, porque o país continua a apresentar um nível de reservas confortáveis”, assegurou Zandamela.