Moçambique cria capacidade para dar reposta a epidemias

Economia Nacional

UM programa de epidemiologia de campo laboratorial está a ser desenvolvido desde 2010 em Moçambique, tendo já sido formados 46 epidemiologistas de nível superior e 180 técnicos básicos e intermédios para dar resposta a epidemias que têm afectado o país.

A informação foi partilhada pela ministra da Saúde, Nazira Abdula, na abertura da reunião dos titulares da pasta da Saúde de África que decorre em Maputo, no quadro da 7.ª Conferência Científica da Rede Africana de Epidemiologia de Campo (AFENET).

Abdula afirmou que este número de quadros ainda é insuficiente, sendo, por isso, que o Ministério da Saúde vai continuar a formar mais pessoal para responder à demanda e melhorar a saúde e o bem-estar dos cidadãos.

A titular da paste da Saúde fez perceber que a formação e retenção de epidemiologistas de campo e de laboratório devem constituir prioridade para a construção de capacidades sustentáveis para a detecção e resposta às ameaças em saúde no continente.

A falta de quadros qualificados na área de epidemiologia é um problema de quase toda África, referiu o director do Conselho Directivo da AFENET, Mafuta Tshimanga.
Para Nazira Abdula, os desafios que o continente enfrenta no controlo destas doenças exige respostas coordenadas, inovadoras e solidárias de todos países, tendo em conta que estes enfrentam epidemias complexas que atravessam as fronteiras.

“A construção de resiliência nos nossos sistemas de saúde não deve esperar pela epidemia seguinte. Este trabalho deve ser perpétuo e envolver a disponibilização de recursos financeiros para as prioridades nacionais, consolidação das nossas instituições, assim como a formação de recursos humanos com capacidades necessárias para lidar com os desafios actuais e do futuro”, observou Nazira Abdula.

O desenvolvimento de recursos humanos, assim como a definição dos desafios e prioridades para a construção de sistemas de saúde resilientes e sustentáveis constituíram o foco das discussões dos 30 ministros reunidos ontem em Maputo.

No fim do encontro, os ministros divulgaram um documento designado “Declaração de Maputo”, que mostra os caminhos a ser seguidos para o fortalecimento da saúde pública em África.

A 7.ª Conferência Científica da AFENET, que termina sexta-feira na capital moçambicana, decorre sob o lema “Construindo Sistemas de Saúde Sustentáveis e Resilientes em África, através do Treinamento em Epidemiologia de Campo” e é realizada, pela primeira vez, num país de língua oficial portuguesa e na África Austral.

O evento junta mais de 500 especialistas de países africanos das áreas de saúde, agricultura, pescas, ambiente e turismo, residentes e graduados dos programas de formação em epidemiologia de campo (FELTP), bem como representantes de autoridades regionais e parceiros internacionais de saúde, com o intuito de partilhar experiências e discutir questões que impactam na saúde pública em África.

Fonte: jornalnoticias.