Eleições no Zimbabwe: Exército promete neutralidade

Politica Internacional

O PAPEL das Forças de Defesa do Zimbabwe (ZDF) na política do país, em particular com eleições gerais à vista, é motivo de questionamentos no país, em particular, depois da sua intervenção de Novembro de 2017 que culminou na saída do poder do Presidente Robert Mugabe.

Quando o novo Chefe de Estado zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, se repete há meses que as a votação de 30 de Julho será “livre” e “justa”, o exército veio a público explicar-se e dissipar desconfianças.

O Exército zimbabweano negou quarta-feira estar comprometido com o Presidente Mnangagwa e o seu partido, a União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-PF) nas eleições gerais do fim do mês.

“As Forças de Defesa do Zimbabwe não desempenham um papel directo nas próximas eleições”, anunciou o coronel Overson Mugwisi, numa rara conferência de imprensa.

“Estamos surpresos com as falsas acusações de que as ZDF serão usadas pelo ZANU-PF para manipular as eleições”, acrescentou o porta-voz do Exército.

Vários meios de comunicação próximos à oposição acusaram as ZDF de enviarem soldados para algumas áreas rurais do país de forma a pressionar os eleitores.

Mas o Mugwisi disse que “o nosso papel para as eleições é essencialmente ajudar a Polícia a manter a lei e a ordem antes, durante e depois das eleições”.

O porta-voz do Exército acrescentou que a conduta das ZDF depois das eleições será conduzida apenas pela Constituição. Logo após a conferência de imprensa do porta-voz do Exército, o principal adversário de Mnangagwa na corrida à presidência, Nelson Chamisa repetiu as ameaças de boicote às eleições.

“Não vamos participar numa eleição fraudulenta”, afirmou o candidato da Aliança Movimento para a Mudança Democrática (MDC Alliance).

Chamisa lamentou ainda a permanência de um regime que fala de eleições credíveis, mas que não tem a intenção de as organizar, acrescentando que estas eleições serão calmas, mas ilegítimas.

As eleições gerais de 30 de Julho serão as primeiras realizadas no Zimbabwe sem Mugabe como candidato.

Agora vice-Presidente, o ex-chefe das ZDF, Chiwenga Constantino, esteve por trás do movimento militar levou a queda de Mugabe em Novembro de 2017. – LUSA/RFI

Fonte: noticias.sapo