Fundação Manhiça na luta contra malária: Avanço na pesquisa da vacina o grande marco

Sociedade

O avanço nos ensaios rumo à vacina contra a malária é um dos maiores ganhos do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM).  O destaque foi dado, há dias, na cidade de Maputo, por Leonardo Simão, presidente da Fundação Manhiça, entidade responsável pela instituição de pesquisa.

Falando num seminário que marcou as celebrações do décimo aniversario da organização que preside, a fonte referiu que a vacina está actualmente em estado de ensaio em Malawi e na República da Tanzânia.

Na sua intervenção, Leonardo Simão destacou o contributo do CISM no desenvolvimento da saúde pública. Acrescentou que além do desenvolvimento de ferramentas de tratamento e prevenção da malária, nos últimos anos, esta entidade tem feito estudos sobre patologias infecciosas, como a tuberculose e o HIV/SIDA.

“Acreditamos que com mais investimentos na pesquisa em saúde haverá grande redução ou controlo de doenças já existentes. Os estudos abrem espaço para a descoberta de novas infecções, principalmente nas comunidades, onde há escassez de centros de saúde”, disse.

A par dos feitos positivos, a fonte fez saber que existe um défice de pesquisa em saúde no continente, facto que compromete o tratamento de doenças ano após ano.

“A dependência externa e a não aposta na área de investigação em saúde são alguns dos factores que ditam o elevado índice de doenças inficiosas, como Tuberculose e HIV em países de áfrica. Precisamos de investir mais, os números que os nossos centros de pesquisa trazem são satisfatórios até um certo ponto, mas nos colocam distante no que se deseja”, explicou.

Leonardo Simão espera que o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça seja relevante na geração e divulgação de conhecimento sobre os grandes desafios em saúde pública, tanto à escala nacional como internacional. Neste sentido, a entidade anualmente organiza palestras sobre saúde global.

A fonte não tem dúvidas de que o CISM está a contribuir para o maior conhecimento de inúmeras doenças em Moçambique e em outros países da África Subsahariana.

“Já formamos 700 pesquisadores nacionais e internacionais, sendo que contamos com mais de 60 publicações”, concluiu.