23 mortos e 31 feridos, ontem na EN4: Mais 54 vítimas de condução irresponsável

Sociedade

O luto bateu à porta do bairro Luís Cabral, na cidade de Maputo, na madrugada de ontem, depois que uma viatura desgovernada, que seguia pela EN4, no sentido Matola-Maputo, foi contra uma multidão que se encontrava numa festa a poucos metros da estrada.

Até ao fecho desta edição, estavam confirmados 23 mortos e 31 feridos, cinco dos quais num estado que a directora clínica do Hospital Central de Maputo, Fárida Ursi, descreveu como “crítico”, com traumatismos cranianos e ferimentos ortopédicos graves. No total, foram 17 os feridos levados ao HCM.

Em relação a outros feridos, que foram levados para o Hospital Geral José Macamo, nas proximidades do local do sinistro, a nossa reportagem apurou que exibiam um quadro considerado “fora de perigo”, tendo alguns recebido alta ainda durante o dia de ontem.

A morte chegou violenta para algumas das vítimas que, segundo a Polícia, foram brutalmente atingidas pela viatura que seguia a alta velocidade, aparentemente depois de ter desobedecido a uma ordem de paragem de uma brigada da Polícia que se encontrava estacionada a cerca de 200 metros do local do acidente.

Algumas vítimas, na sua maioria adolescentes e jovens, encontraram morte imediata, enquanto outras perderam a vida a caminho do hospital, ou pouco depois de darem entrada, tanto no HCM como no José Macamo.

Segundo a Polícia, a viatura que causou o sinistro, um Volkswagen Amarok, com a matrícula AFN 451 MP, era conduzida por um cidadão identificado como Alexandre M. da Conceição Monjane, que também morreu no local do acidente.

Entretanto, o Presidente do partido Frelimo, Filipe Nyusi, disse no encerramento da II sessão do Comité Central, que foi com grande mágoa que logo ao amanhecer tomou conhecimento da ocorrência. Nyusi afirmou que este acidente podia ter sido evitado se os utentes das vias públicas obedecessem as regras de condução e trânsito.

Condenou com veemência as práticas de condução e trânsito irregulares, sobretudo o excesso de velocidade, ultrapassagem irregular e a má travessia dos peões. Em nome do Comité Central, dos militantes do partido, de todo o povo moçambicano e em seu próprio manifestou sentidas condolências às famílias das vítimas.