Para tirar crianças que estudam sentadas no chão: Sector da educação em Gaza necessita de 55 mil carteira

Sociedade

Pelo menos 55 mil carteiras é o quão o sector da Educação e Desenvolvimento Humano em Gaza necessita, nos próximos dois anos, para colocar todas as crianças a estudarem sentadas em carteiras, em todas as unidades de ensino na província.
O facto foi revelado sábado, no bairro de Mhata, município da Praia do Bilene, pela governadora de Gaza, Stella Pinto Novo Zeca, falando durante a cerimónia de entrega de cem carteiras à escola primária completa daquele bairro, um evento que também foi observado à escala nacional.
Trata-se de um projecto implementado pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, em parceria com o sector da Educação e desenvolvimento Humano, no âmbito do “Programa de Produção e Distribuição de Carteiras Escolares”, resultado de uma campanha de fiscalização florestal madeireira, lançada pelo executivo moçambicano em Março deste ano visando apreender toda a madeira explorada ilegalmente no território nacional e que está sendo aplicado na produção de carteiras escolares.

Carteiras

 

Espera-se que a medida do executivo moçambicano, que prevê, com efeito, produzir cerca de 140 mil carteiras escolares, venha contribuir significativamente na melhoraria das condições de ensino e aprendizagem das crianças, em todo o país, nos mais de um milhão de alunos que até ao momento estudam sentados no chão.
Falando na cerimónia, a governadora de Gaza, Stella Pinto Novo Zeca, disse ser prioridade do Governo a criação de condições para garantir a formação daqueles que “vão” dar a continuidade das acções futuras do país.
“O Governo está ciente da necessidade de reduzir as assimetrias, fazendo com que mesmo aquelas crianças que estudam nas comunidades distantes das cidades, estudem sentadas em carteiras, e esta medida, seguramente, irá melhorar o desempenho dos nossos filhos.
A província possui, actualmente, 73 mil carteiras, o que significa que perto da metade dos alunos continuam a estudar sentados no chão, não é isso que o Governo quer. Quer sim colocar todas as crianças a estudarem sentadas em carteiras”, sublinhou Stella.
Por seu turno, o director-adjunto do sector da Educação e Desenvolvimento Humano em Gaza, Orlando Matavele, fez saber que mais de 130 mil alunos dos mais de 424 mil matriculados no presente ano lectivo estudam sentados no chão.
“No âmbito da ‘operação tronco” a província de Gaza vai receber cerca de 55 mil carteiras.
O primeiro lote, constituído por cem carteiras escolares, beneficiou a escola primária completa de Mhata, uma unidade de ensino que desde a sua criação, em 1941, nunca viu seus alunos a estudarem sentados em carteiras.
Matavele fez saber que, até final do ano em curso, serão alocados à província oito mil carteiras escolares duplas.
Para o ano 2018, de acordo com a mesma fonte, estão previstas cerca de vinte mil unidades, e outras 27 mil para o ano 2019, totalizando 55 mil carteiras para Gaza, priorizando, sobretudo, a região norte da província, onde a existência daquele mobiliário escolar constitui ainda um calcanhar de Aquiles nas unidades de ensino.